Sono leve

Sono leve leva uma menina a completar puzzles na sua vida que nunca foram completados nem com os toques mais geomêtricos.
A almofada guarda segredos de uma menina que nunca chegou a cicatrizar as feridas que a vida deixou.
Os seus olhos carregam um semblante pesado que nem o pouco amor-próprio consola.
A pele de menina está desenhada com lágrimas secas talvez as que ela ficou sem tempo para limpar.
O que ela poderia significar ao mundo deixou de fazer sentido porque os momentos e ela própria foram levados com a raiva.
Enquanto ela se deitasse com a raiva e ódio a sua vida nunca mais voltaria a ser igual.
No canto do quarto dela tinha uma mesa de cabeceira de linho meio desgastada com o rádio que a melhor benção que deixaram com ela, mas ela não escutava uma música de piano que poderia acalmar toda aquela dor.
Ela escutava uma voz não muito grossa nem muito fina apenas uma voz especial que parecia já ter ouvido de alguém.
A voz fazia acusações, transformava boatos em pesadelos, culpava de toda a maldade originada na vida dela, essa voz falava de nojo, vergonha, um desgosto percorrido por aquela menina que nunca ninguém teria mencionado.
Tão triste e sozinha tentava adormercer depois de ouvir tudo aquilo, mas só que de dia vivia sorrindo para o mundo e de noite chorava com medo dos seus pesadelos.
Ela inspira liberdade e expira o medo de seguir em frente, de poder ser aceite pela sua bondade sem maldade e um dia não precisar derramar lágrimas por querer voltar a dormir sem a sua alma gritar.
 

Imagem retirada do We heart it

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